Reportagem SIC: Deste Ser e do Outro
17 de janeiro de 2008
No dia em que o Homem pisou pela primeira vez a Lua, Portugal inscreveu o seu nome na história das transplantações de órgãos humanos. A equipa liderada pelo professor Linhares Furtado, do Hospital da Universidade de Coimbra, transplantou um rim, curiosamente, de dador vivo. No entanto, só em 1980 é publicada a Lei que autoriza a colheita de órgãos em cadáver e se inicia a prática regular da transplantação em Portugal.
Em 19/1/2006 a SIC apresentou a reportagem "Deste ser e do outro", que traça o panorama das transplantações em Portugal e dá a conhecer pessoas que "renasceram" a partir do momento em que receberam um transplante.
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Uma vez que a reportagem já tem 2 anos, existem algumas diferenças entre o que era verdade na altura e o que se passa hoje em dia. Por isso elaborámos um pequeno guia das principais diferenças, bem como alguns esclarecimentos:
- Ao contrário do que se diz na reportagm, a lei actual já permite a doação de órgãos não regeneráveis fora dos laços de parentesco (ver post de 1/7/2007)
- Transplante sequencial/dominó de fígado (Por razões genéticas, o fígado de algumas pessoas começa a produzir, logo após o nascimento, uma proteína em excesso. Os efeitos, contudo, só se manifestam 30 anos mais tarde. Aquilo que se faz é o seguinte: essa pessoa é sujeita a um transplante e o seu fígado é utilizado noutra. Só dali a trinta anos é que a doença se poderá manifestar. Se uma pessoa tiver 50 ou 60, digamos que o ‘novo’ fígado dura até aos 80 ou 90. - Dr. Manuel Abecassis in Correio da Manhã de 2/9/2006)
- O Presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação já não é o Dr. Domingos Machado, mas sim o Dr. António Morais Sarmento
- O Dr. Eduardo Barroso, para além de cirurgião no Hospital Curry Cabral, assumiu também as funções de Presidente da nova Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (ASST).
- A Organização Portuguesa de Transplantação, que na reportagem era representada pelo Dr. Manuel Abecassis, foi extinta em Maio de 2007, tendo sido substituída pela ASST.
- Diz-se que em alguns países existem tribunais especiais para decidir sobre as questões relacionadas com a doação em vida. Em Portugal não existe tribunal especial, mas desde que foi publicada, a Lei nº 22/2007, foi criada a EVA, a Entidade Verificadora de Admissibilidade (EVA), que é uma estrutura que existe em todos os hospitais autorizados a fazer transplantes de dador vivo, e que tem a responsabilidade de, para além das decisões médicas já tomadas, confirmar a total legalidade da doação.
- A EVA tem uma composição multidisciplinar e é constituída por três membros da Comissão de Ética para a Saúde (CES), que não estejam envolvidos em programas de transplantação (mais informações no Portal da Saúde).
- Na reportagem referem-se aos critérios de atribuição de órgãos, os quais foram alterados este ano, no caso dos transplantes renais (ver post de 2/8/2007).
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