Mais atenção aos medicamentos para crianças

15 de julho de 2007

Foi com enorme agrado que, através das palavras do Sr. Vasco Maria, Presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), em entrevista à revista Visão (Revista Visão, nº 749 , 12 de Julho 2007 ), tivemos conhecimento da existência de um regulamento europeu, em vigor desde Janeiro passado, dirigido à investigação em medicamentos pediátricos.

Saudamos calorosamentes estas iniciativas que visam dar resposta a tantas das preocupações e dificuldades que temos vindo a testemunhar neste espaço Criança e Rim, e que se prendem com a não adequação das formas farmacêuticas de uma grande parte dos medicamentos prescritos às crianças com Insuficiência Renal, transplantadas ou não. Destacámos já o caso do Complexo B -Becozyme, desaparecida a fórmula xarope, ou o caso do Prograf numa forma imprópria para ministrar a crianças transplantadas.

Transcrevemos a parte da referida entrevista que consideramos relevante para o assunto em causa, em que Vasco Maria responde às questões colocadas pelo jornalista:

"Um dos dossiês que tem em mãos para a presidência portuguesa da EU é o dos medicamentos para crianças. O que está em causa?
É um problema de acessibilidade. Mais de metade dos medicamentos usados em pediatria não foram testados em crianças. A sua eficácia e segurança não estão suficientemente documentadas, as formas farmacêuticas usadas não são as mais adequadas (por exemplo, faltam xaropes ou soluções orais de toma fácil) e a dosagem em crianças é, muitas vezes, empírica. Não sabemos se estamos a administrar a dose adequada. Uma criança não é um adulto pequeno, não se pode fazer uma proporção.

E como se dá a volta a isso?
Necessitamos de investigação em crianças. Desde Janeiro, está em vigor um regulamento europeu que define um programa de investigação dos medicamentos pediátricos, permitindo às empresas que submetam pedidos de investigação, dando-lhes contrapartidas, como o prolongamento das patentes, por mais uns anos. Pretende-se que haja mais e melhores fármacos para as crianças europeias."

Esperamos notícias e sobretudo resultados rápidos.



0 comentários: