Transplantes de partes de animais em humanos em estão perto de se tornar realidade

18 de setembro de 2008

Vasos sanguíneos, tendões e bexigas de animais serão usados em humanos pela primeira vez, depois de uma reviravolta na área de cirurgias de transplante, conforme noticia o jornal "Daily Mail". Cientistas britânicos conseguiram resolver o problema da rejeição, o que impedia que partes de animais pudessem ser usadas em pessoas.


De acordo com as expectativas de médicos, as crianças poderão receber válvulas cardíacas de porcos, as quais poderiam desenvolver-se dentro delas, evitando a necessidade de repetidas cirurgias. Pessoas com problemas de visão poderiam receber córneas novas. Além disso, tecidos como ligamentos, que apresentavam sérios problemas para reparação, poderiam agora ser substituídos.

O método consiste em retirar, com ajuda de tratamentos químicos, as células do tecido animal, configurando assim uma plataforma biológica que fornece a estrutura que já não carrega os factores que poderiam fazem com que o corpo do receptor rejeitasse o transplante. Quando essa plataforma é inserida cirurgicamente no corpo do paciente, as suas células são estimuladas a crescer dentro dela e a criar um novo tecido.


Segundo os cientistas, o facto de as próprias células preencherem a plataforma para criar o novo tecido faz com que não haja risco de rejeição, deixando que os tecidos sejam capazes de se regenerar e terem mais durabilidade.

Para John Fisher, engenheiro biológico da Universidade de Leeds, um dos líderes da pesquisa, disse acreditar que os primeiros testes em humanos já comecem no próximo ano. "O problema que os cirurgiões sempre tiveram que enfrentar com tecidos transplantados era o risco da rejeição pelo corpo do paciente. Todos os tecidos carregam mensagens nas suas superfícies, que as identificam como estranhos ao corpo do paciente quando eles são transplantados, e isto faz com que o sistema imunológico os ataque", explicou. "Agora podemos pegar num tecido de um animal e remover todas as suas células que carregam os sinais que alertam o sistema imunológico", completou.

Os cientistas, que formaram um empresa, a Tissue Regenix, estão a trabalhar com o apoio do órgão do governo britânico responsável por transplantes. As crianças são o alvo principal das pesquisas.

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