Cães já podem fazer hemodiálise

5 de julho de 2010

No Brasil, os cães já têm possibilidade de fazer hemodiálise em seis estados. E em Portugal? Alguém sabe?

Em Fortaleza, os cães com insuficiências renal já podem dispor de um novo tratamento para melhorar o seu quadro de saúde. Pioneiros no Estado do Ceará, os médicos veterinários Lúcio Bouty e Carla Patrícia Mota Aragão realizam sessões de hemodiálise na Nefrovet, para animais com peso superior a 7kg. O procedimento é apropriado, não só para os quadros de insuficiência renal crónica ou aguda, mas também para os casos de intoxicações, envenenamentos e na ocorrência de doenças que causem lesão renal, tais como, Erlichiose, Diabetes, Calazar, Piometro e Leptospirose.

Em Fortaleza, o novo serviço foi iniciado há um mês, com o tratamento de duas cadelas da raça Rottweiler, ambas com insuficiência renal crónica. Na primeira, com 3 anos de idade, foram realizadas duas sessões com três horas de duração cada uma. Na segunda, com 2 anos, foram quatro sessões de duas horas cada. Segundo atestam os médicos, após o procedimento, os animais ficaram bem, e estão sendo mantidos sob dieta com ração especial e medicação específica. Estes cuidados são válidos para todos os pacientes com doenças renais.

Conforme explica Lúcio Bouty, a hemodiálise não é recomendada para animais com peso abaixo dos 7 Kg, porque há risco de queda de tensão, colapso circulatório e quadro de choque. "O procedimento é indicado para animais acima desse peso porque, como vai tirar uma quantidade de sangue para passar pela máquina de hemodiálise, essa quantidade não pode exceder o máximo que o animal comporta", adverte ele. Assim, o tratamento não é indicado para cães muito pequenos e nem para gatos. Excepção fica para os felinos da raça Maine Coon (também conhecido como gato gigante), que chegam a atingir até 12 Kg.
"A insuficiência renal é uma doença silenciosa. Daí ser importante a prevenção ou o diagnóstico precoce", afirma Lúcio Bouty, acrescentando que é prática da Medicina actual observar a renoprotecção, ou seja, a protecção dos rins em todo e qualquer caso. "Na insuficiência renal, o rim fica incapaz de exercer a função de eliminar substâncias tóxicas ao organismo, como a ureia e a creatinina", explica.

"Os rins falham quando 75% de sua massa funcional falham", diz, mostrando que a hemodiálise, mesmo não tendo a capacidade de recuperar os rins, possibilita tirar as toxinas do sangue, mantendo o restante da massa funcional trabalhando adequadamente.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=808605

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