Transplante duplo: pulmões+rim

5 de março de 2009

Um problema crónico de origem genética destinou Jorge Silva a uma vida com muitos problemas de saúde, nomeadamente a fibrose quística, diagnosticada aos 22 anos de idade.

Pulmões, pâncreas e fígado são os órgãos mais afectados por esta doença, a ponto de o Jorge ter infecções pulmonares sistemáticas e não conseguir estar mais de oito dias sem tomar antibióticos. O excesso de medicamentos trouxe-lhe mais uma complicação: insuficiência renal. Há sete anos, começou a fazer diálise. E a partir daqui tudo ficou mais difícil. A hipótese transplante, primeiro de rim, depois de pulmões, começou a ser equacionada.

No Hospital de S. João, no Porto, os médicos deram meses de vida a Jorge. Mas deram-lhe também uma esperança: fazer um duplo transplante na Corunha. Na altura não sabiam que esta operação nunca tinha sido feita.

Chegaram à Corunha no dia 28 de Novembro de 2006, mas Jorge só seria operado a 3 de Outubro de 2008. Jorge Silva fez o primeiro duplo transplante do mundo e tem razões para se sentir feliz. «Sobrevivi e rejuvenesci. Fui o exemplo de que nada é impossível. E aos olhos de outras pessoas com problemas similares sou um símbolo de esperança. Espero que vejam em mim uma luz, uma porta aberta», diz Jorge. Sente-se um sobrevivente? «Um bocado. Após dois anos de luta, depois de tudo o que fiz a família passar, as montanhas que cruzei... sinto que sobrevivi e que rejuvenesci».

Agora tem três rins, dois que não funcionam e um transplantado. E tem dois pulmões novos com o código genético do dador, o que os defenderá da fibrose quística.

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