Tatuagens são risco

5 de fevereiro de 2009

As tatuagens feitas há menos de seis meses podem ser um factor para eliminar a doação de órgãos de um potencial dador em morte cerebral.

O eventual risco que representa uma tatuagem na doação de órgãos para transplante é referido ao CM por Maria João Aguiar, coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para transplantação. “Se a pessoa tiver feito a tatuagem há menos de seis meses é eliminada como dadora de órgãos, porque pode estar no ‘período de janela.”

O período de janela é alargado a “mais de dois meses”, durante os quais, em caso de infecção de sida, a presença do vírus no organismo não é detectada nas análises laboratoriais.

“Em caso de dúvida, o potencial dador é eliminado porque não vamos arriscar infectar pessoas com o transplante de um órgão eventualmente infectado pelo vírus da sida ou de uma hepatite”, sublinha a médica anestesista.

Se a tatuagem não for feita com materiais esterilizados e se “for feita numa vão de escada” pode ser um modo de transmissão de uma doença infecciosa.

As tatuagens não são o único factor para excluir um potencial dador de órgãos em morte cerebral. Para esclarecer quando e onde a tatuagem foi feita são questionados os familiares do potencial dador.

Além das doenças infecciosas e oncológicas soma-se a “falta de informação e sensibilização dos profissionais de saúde” para a importância de referenciar os potenciais dadores de órgãos. Maria João Aguiar alerta que “é preciso sensibilizar os profissionais para que referenciem os dadores em morte cerebral porque a doação de órgãos salva vidas”.

A administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central acredita que o número de transplantes venha a aumentar devido à actividade dos coordenadores hospitalares de doação, nomeados em Dezembro, e a quem cabe o papel da sensibilização dos colegas e a promoção da colheita “para que não se perca nenhum dador”.

Em 2008 foram realizados 1978 transplantes em Portugal, mais 298 que no ano anterior.


Fonte:
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?channelid=f48ba50a-0ed3-4315-aefa-86ee9b1bedff&contentid=D3540246-525B-4486-A23A-03C801D06289

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