A altitude aumenta a eficácia da diálise
27 de fevereiro de 2009
Prefere o mar ou a montanha? Os pacientes com insuficiência renal em fase terminal (aqueles que perderam a função renal de forma permanente) e que estão em diálise têm esta decisão mais facilitada à luz dos resultados de um novo estudo que indica que aqueles que vivem a mais de 1.200 metros de altitude têm até 15% menos de risco de morrer do que aqueles que vivem em zonas ao nível do mar.
A causa desta diferença está num fenómeno conhecido como hipoxia (menor concentração de oxigénio). Segundo explicam os investigadores do Hospital Brigham e a Universidade de Harvard (EUA), autores do estudo publicado na revista 'JAMA', a hipoxia faz com que os pacientes em diálise que vivem acima dos 1.200 metros apresentem maiores concentrações de hemoglobina (uma proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta o oxigénio dos pulmões ao resto do organismo), o que aumenta a eficiência da diálise.
A investigação contou com 804.812 pacientes que tinham iniciado a diálise entre Janeiro de 1995 e Dezembro de 2004 e que nunca tinham recebido um transplante de rim. Os autores dividiram os participantes por zonas geográficas em cinco grupos: os que viviam a menos de 76 metros; entre 77 e 609 metros; entre 610 e 1.218 metros; entre 1.219 e 1.828 metros e, por último, aqueles que viviam acima dos 1.829 metros (apenas 0,4%).
Menos doença cardíaca isquémica
Os indivíduos que viviam nas zonas mais altas eram sensivelmente mais jovens e apresentavam com maior frequência hipertensão ou diabetes. Pelo contrário, a doença cardíaca isquémica era menos comum.
Com um período de seguimento de cinco anos, os autores observaram que os pacientes que viviam entre os 76 e os 609 metros apresentavam cerca de menos 3% de mortalidade que aqueles que residiam ao nível do mar, percentagem que se eleva para os 7% no caso dos residentes entre os 610 e os 1218 metros, e aos 12% naqueles que viviam entre 1.219 e 1.828 metros e a 15% acima desta altitude.
"Encontramos uma importante redução da mortalidade por qualquer razão nas pessoas com doença renal submetidos a diálise e que residem em zonas de grande altitude, um facto que não se pode explicar pelas diferenças de cada paciente, mas sim pela hipoxia e seus efeitos", conclui Wolfgang C. Winkelmayer, coordenador do trabalho.
Fonte: http://www.elmundo.es/elmundosalud/2009/02/03/medicina/1233689789.html
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