O Vaticano condenou o tráfico de órgãos
12 de setembro de 2008
A congregação para a evangelização dos povos do Vaticano denunciou num relatório especial os escandalosos números do tráfico de órgãos, que "vale" 32 mil milhões de dólares.
Milhares esperam por um transplante
A congregação acaba de editar um "dossier" sobre o tema, em que recolhe dados institucionais sobre o fenómeno intimamente relacionado com o tráfico de seres humanos. Actualmente na Europa cerca de 60 mil pessoas esperam um dador para substituir um dos seus órgãos, o que provoca a morte de 10 pessoas por dia.
"A comercialização e o tráfico aumentam rapidamente", indicou.
10% ilegal
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, dos 66 mil transplantes de rim efectuados no mundo em 2007, cerca de 10% seriam ilegais", revela o texto.
Por um transplante ilegal pode pagar-se até 120 mil dólares, enquanto que a procura de órgãos cresce 33% ao ano e a oferta de dadores apenas 2%. As listas de espera são angustiantes.
Segundo o estudo, o órgão mais traficado é o rim, porque é fácil de tirar e conservar, além de que assegura a sobrevivência do dador.
Os que mais pedem
Os especialistas defendem que os maiores pedidos provêm de Israel, Japão, África do Sul e Estados Unidos, enquanto que os dadores são fundamentelamente originários do Brasil, Índia, Paquistão e Filipinas.
Para o Departamento de Saúde filipino, o preço de um rim estima-se em torno dos $3.600, dos quais o dador recebe apenas um terço e os outros dois terços vão para os intermediários.
Segundo um estudo recente da OMS, inúmeros sítios na internet filipinos propõem "pacotes transplante" que vão desde 70 mil até 160 mil dólares.
Mercado "sem escrúpulos"
A existência de cirurgias "sem escrúpulos" em alguns países (Turquia, Índia e Perú) permitiu o nascimento de um tráfico ilegal, o que envolve a profissão médica e os países que o toleram, revela o dossier.
"Este tráfico explora indigentes desesperados, obrigados a ceder a preços reduzidos um órgão, o qual é revendido juntamente com uma intervenção cirúrgica clandestina, a preços que oscilam entre 100 mil e 200 mil dólares", advertiu.
Calcula-se que em Bombaim (Índia) se pague ao dador por um rim cerca de $1.000 e em Manila (Filipinas) cerca de $2.000; na Moldávia uns $3 mil, enquanto que na América Latina se estima pagamentos até cerca de $10 mil.
Crime contra a humanidade
"Este fenómeno deveria ser considerado como um verdadeiro crime contra a humanidade e, como tal, perseguido em cada país do mundo", ponderou.
Seja quem for que decida, mesmo sofrendo, ao explorar a pobreza adquirindo um órgão em benefício próprio, torna-se culpado de um crime gravíssimo", concluiu.
Fonte: http://www.univision.com/content/content.jhtml?cid=1657490
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