O que é o PET (Teste de Equilíbrio Peritoneal)?
9 de junho de 2008
Na diálise peritoneal (DP) o sucesso do tratamento do doente está dependente da integridade funcional e morfológica da membrana peritoneal. Para além da falência funcional do peritoneu, a DP a longo prazo pode levar a modificações anatómicas nos tecidos peritoneais, as quais podem afectar a eficácia do tratamento.
De modo a descobrir uma modalidade e prescrição de DP apropriadas, é crucial proceder a uma avaliação o mais exacta possível. O transporte da membrana peritoneal não se refere apenas ao transporte de solutos (por exemplo, toxinas urémicas e electrólitos), mas também ao transporte de fluidos. Uma vez que, tanto a eliminação de toxinas urémicas como a ultrafiltração são responsáveis pela adequação, é importante que estes dois parâmetros sejam avaliados com um método de teste de confiança. Estão disponíveis várias técnicas de medição de transporte peritoneal, das quais a mais proeminente e a mais usada é o PET (Teste de Equilíbrio Peritoneal).
Geralmente, este teste é realizado no hospital e demora cerca de 5 horas a ser realizado. No hospital drena-se o líquido que o doente tiver no peritoneu (se tiver algum) e infunde-se com um líquido de DP com 2,27% de glucose, o qual vai permanecer na cavidade abdominal durante 4 horas. Às 0, às 2 e às 4 horas do teste (início, meio e fim) são colhidas amostras de dialisado e de sangue, para análise.
Previamente à realização do teste, pede-se à pessoa que colha todo o líquido que drenou através da DP, bem como toda a urina das 24 horas anteriores ao teste, e que os traga para o hospital, para análise.
Possíveis diferenças no transporte peritoneal entre crianças e adultos têm sido discutidas por muitos autores. Um estudo recente de Bouts et al. não confirmou estas preocupações. Os resultados sugerem que a membrana peritoneal nas crianças pode não ser diferente da dos adultos. O PET é perfeitamente aplicável nas crianças, existindo uma vasta experiência na sua realização.
É pouco claro qual a frequência com que a função peritoneal deve ser avaliada. As linhas de orientação da K/DOQI (National Kidney Foundation Dialysis Outcomes Quality Initiatives) recomendam uma medição a cada 4 meses. No entanto, os testes são demorados, tanto para os doentes como para os enfermeiros. O pessoal clínico das unidades pode ter o seu próprio protocolo sobre quando realizar um teste e alguns podem avaliar a função peritoneal do doente, apenas em casos de irregularidade clínica.
UK National Kidney Federation
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