Medicamento anti-rejeição pode aumentar o risco de diabetes no pós-transplante renal
26 de maio de 2008
Para os pacientes que efectuaram um transplante renal, o tratamento com o medicamento anti-rejeição sirolimus (Rapamune) pode conduzir a um risco acrescido de diabetes, mostra um novo estudo.
"Nós demonstramos uma forte associação entre o sirolimus e a diabetes pós-transplante num grande número de pacientes com transplante renal nos EUA," comenta o Dr.John S.Gill da Universidade de British Columbia, em Vancouver. "O risco de diabetes era independente de outros factores que se sabe aumentar o risco de diabetes."
Os investigadores analisaram o sistema de informação sobre a doença renal para aproximadamente 20.000 pacientes com Medicare que fizeram um transplante entre 1995 e 2003. Nenhum dos pacientes tinha diabetes antes do transplante. O Tratamento com sirolimus foi analisado como contribuindo possivelmente para o risco de diabetes desenvolvidos depois do transplante, juntamente com outros potenciais factores de risco já conhecidos.
"O sirolimus é um novo tipo de medicamento anti-rejeição que não tem sido associado com diabetes nos pacientes transplantados renais", explica o Dr.Gill. "Contudo, um certo número de estudos em animais e outros pequenos estudos clínicos têm sugerido que o sirolimus pode aumentar o risco de diabetes."
Os resultados sugerem uma taxa de diabetes pós-transplante mais elevada entre os pacientes tratados com sirolimus, comparativamente aos tratados com outros medicamentos anti-rejeição. Dependendo de quais os medicamentos adicionais que tomavam, o risco de diabetes era 36 a 66% mais elevado nos pacientes que recebiam sirolimus.
Uma análise separada dos pacientes que se mantiveram nos mesmos medicamentos anti-rejeição ao longo do 1º ano depois do transplante mostraram resultados semelhantes. O aumento do risco não estava relacionado com nenhum dos outros medicamentos tomados conjuntamente com o sirolimus, ou com outros factores de risco tais como a idade, raça/etnia ou obesidade.
A diabetes é uma complicação séria e cada vez mais frequente que ocorre no pós-transplante renal. "Pacientes que desenvolvem diabetes depois do transplante têm aproximadamente o mesmo risco de rejeição do transplante que aqueles que desenvolvem rejeição aguda do transplante," refere o Dr.Gill.
Sabe-se que diversos factores aumentam o risco de diabetes no pós-transplante, incluindo alguns outros medicamentos anti-rejeição. Este novo relatório é o primeiro grande estudo clínico que sugere que o sirolimus pode também ser um factor de risco.
"Devem ser feitos estudos adicionais para clarificar o risco de diabetes em pacientes tratados com sirolimus," acrescenta o Dr.Gill. Ele também refere algumas limitações do estudo, tais como o facto de ser baseado em dados prévios e o facto de ser limitado a pacientes com Medicare.
Fonte:
http://www.sciencedaily.com/releases/2008/05/080522121621.htm
0 comentários:
Enviar um comentário