Todos somos potenciais dadores de órgãos!

16 de novembro de 2007

Qualquer pessoa, ao falecer, é um potencial dador de órgãos ou tecidos para transplante, desde que, em vida, não se tenha manifestado contra esta possibilidade, nomeadamente através de inscrição no RENNDA - Registo Nacional de Não-Dadores (no caso de se tratar de uma pessoa menor de idade ou mentalmente incapaz, é válida a vontade de quem detenha o poder paternal).


No entanto, para que possa haver doação de órgãos têm que reunir-se um conjunto de circunstâncias:

  • O dador tem que falecer num hospital.

  • Depois de se verificar a paragem irreversível das funções cerebrais ou cardio-respiratórias, o corpo tem que ser mantido artificialmente, desde o momento da morte até ao momento da extracção dos órgãos.

  • É necessário que se conheça, com exactidão, a causa da morte. Não são aceites como dadores indivíduos que sejam, na altura da morte, portadores de uma doença infecto-contagiosa, de um tumor maligno ou de uma doença com repercussão nos órgãos a transplantar. Também são contra-indicações, embora relativas, para a doação, uma história clínica de hipertensão arterial, de diabetes ou a idade avançada.

No que respeita à idade, os dadores mais desejáveis são os que têm entre 15 e 55 anos, mas a idade é valorizada caso a caso, de acordo com o tipo de órgão a utilizar e com o conhecimento da história clínica do dador.

Uma vez certificada a morte, e se o cadáver tiver características adequadas à doação (ou seja, se os seus órgãos puderem ser úteis para curar ou melhorar a saúde de outras pessoas), o coordenador hospitalar para a transplantação tem a obrigação de se informar, por todos os meios ao seu alcance, sobre a vontade expressa em vida por aquele indivíduo em relação à doação. Para este efeito, são consultados o Registo Nacional de Não-Dadores e, sobretudo, os familiares próximos do falecido. No caso de não existirem objecções, prosseguir-se-á com o procedimento de colheita.

A extracção de órgãos ou tecidos é feita num bloco operatório, em condições de assepsia, e consiste numa intervenção cirúrgica realizada por uma equipa médica e de enfermagem especializada. O corpo não fica desfigurado e é sempre tratado com o máximo respeito.

Depois desta intervenção, o cadáver é transferido para a morgue do hospital, como qualquer outro cadáver. Quanto aos órgãos colhidos, são mergulhados num líquido de preservação e enviados para o hospital onde irá ser feito o transplante.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Transplantação

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