Dia Mundial do Rim 2011 - Proteja os seus rins, salve o seu coração

10 de fevereiro de 2011

Dia Mundial do Rim 2011<br>
Proteja os seus rins, salve o seu coraçãoA Sociedade Portuguesa de Nefrologia assinala, no dia 10 de Março, o Dia Mundial do Rim, este ano subordinado ao tema “Proteja os seus rins, salve o seu coração”, focando a relação entre a doença renal crónica e as doenças cardiovasculares. Esta ligação, reconhecida por ser tão importante, sublinha que os indivíduos que sofrem de doença renal crónica estão mais susceptíveis a desenvolver doenças cardiovasculares complicadas, nomeadamente o enfarte do miocárdio.

A Sociedade Portuguesa de Nefrologia irá levar a cabo diversas iniciativas por todo o país, nomeadamente acções de sensibilização em escolas e universidades seniores, de modo a alertar a população para o problema da doença renal crónica. Em todo o mundo, mais de cem Países vão assinalar a efeméride.
Uma das principais funções dos rins, que se assemelha à função de um filtro, consiste na “limpeza” do sangue dos resíduos tóxicos resultantes do funcionamento do organismo (metabolismo). Mas, para além disso, têm uma função muito importante na regulação da quantidade de água e sal, no controlo da tensão arterial, na quantidade de sangue produzida pela medula óssea, na produção de vitamina D e, de uma forma geral, no equilíbrio das funções endócrinas do corpo.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica, considerando qualquer uma das suas cinco fases ou estádios de evolução. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, isto é, sem grandes sintomas, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem possibilidade de qualquer recuperação. Na fase mais avançada da evolução da doença, ou estádio 5, surge o esgotamento total das funções renais, que terão de passar a ser substituídas pela diálise ou por um transplante. Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal, e por esse motivo já a necessitar de diálise, ou, nos casos em que isso é possível, de serem transplantados. Em Portugal existem actualmente cerca de dezasseis mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.

DOENÇA RENAL CRÓNICA (DRC)
O que é?
• É uma doença progressiva caracterizada por uma deterioração lenta e irreversível dos rins e das suas funções. Uma dessas principais funções consiste na eliminação de substâncias tóxicas resultantes do funcionamento (metabolismo) dos órgãos. Em consequência, aquelas substâncias ao ficarem retidas no sangue, resultam numa acumulação de produtos metabólicos tóxicos cujo quadro clínico se designa por azotemia ou uremia.

• Pode atingir indivíduos de ambos os sexos e parece progredir mais rapidamente no sexo masculino. A sua incidência é maior nos adultos e idosos, fazendo com que seja considerada uma doença que atinge sobretudo as idades mais avançadas. Todavia, é importante reter que a doença renal crónica pode evoluir silenciosamente durante muito tempo. Por este motivo são particularmente importantes a prevenção e o diagnóstico, tão cedo quanto possível. Com esta dupla intervenção é possível evitar a progressão para uma fase mais avançada, em que o tratamento, para além da diálise ou o transplante, são impossíveis.

Causas e sintomatologia:
• A diabetes mellitus, sobretudo a tipo 2, é a causa mais comum. Em Portugal, cerca de 30 % das causas de insuficiências renal crónica em diálise devem-se à nefropatia diabética.
• A hipertensão (tensão arterial elevada) contribui com mais de 20%. A hipertensão surge com frequência associada à obesidade e à diabetes mellitus tipo 2.
• Muitas doenças renais (nefrites) evoluem ao longo do tempo associando alguns sinais e sintomas pouco evidentes, mas que incluem, frequentemente, a hipertensão arterial
• Existem doenças hereditárias dos rins (com vários casos familiares) que podem progredir para a insuficiência renal com necessidade de diálise e/ou transplante
• Em fases já avançadas da evolução da doença pode surgir a anemia que se traduz por sensação de fraqueza e cansaço intenso
• A ausência de sintomas, nos primeiros estádios da doença, faz com que grande parte da população desvalorize os cuidados a ter com a saúde dos seus rins.
Principais sinais gerais de alerta:
 tensão arterial elevada
 olhos, mãos e/ou pernas e pés inchados persistentemente, de manhã ou ao fim do dia
 urina espumosa
 urina com sangue
 urinar frequente e em grande quantidade, sobretudo durante a noite
 Perda do apetite e sensação de fraqueza geral ou de cansaço intenso

A DRC pode ser suspeitada através de alguns sinais clínicos, mas o diagnóstico de certeza só é possível através de exames laboratoriais no sangue e na urina. Neste âmbito, o primeiro médico assistente (Medicina Geral e Familiar) desempenha um papel fundamental, pelo contacto de proximidade que mantém com os seus doentes, possibilitando a prevenção da doença, e pela facilidade com que pode chegar a um diagnóstico precoce, com implementação rápida das medidas que permitirão estabilizar ou fazer regredir a doença renal.

Tratamento:
• O tratamento envolve vários aspectos:
o tratamento médico específico de acordo com a causa subjacente (por exemplo, os corticosteróides, vulgo cortisona, nas nefrites);
o prevenção de factores que agravam as lesões já instaladas (evitando a toma de medicamentos sem prescrição médica, como os anti-reumatismais e os antibióticos);
o estratégias para a diminuição da perda progressiva de função renal (como a adaptação da dieta, a toma regular de medicamentos para a tensão arterial, ou o controlo rigoroso da glicemia no diabético);
o manutenção de um bom estado nutricional e de prevenção das complicações inerentes à doença, como a anemia, e as alterações do metabolismo mineral e ósseo que podem conduzir, sem tratamento à grande fragilidade óssea, com risco de fractura.
o A perda de função renal é inexorável e, na sua fase avançada (estádio 5), é necessário recorrer às terapêuticas de substituição da função renal que incluem a hemodiálise, diálise peritoneal e a transplantação renal.

Estima-se que um em cada 10 indivíduos (com idade superior a 18 anos) seja atingido pela doença, ou seja, cerca de 800 mil pessoas em Portugal poderão sofrer de doença renal crónica, numa qualquer fase da sua evolução.
Todos os anos surgem mais de 2.000 novos casos de doentes em falência renal, a necessitar de diálise. Em Portugal existem actualmente cerca de dezasseis mil pessoas em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca de duas mil pessoas encontram-se em lista de espera para um transplante renal.

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