Liberdade em troca de um rim

10 de janeiro de 2011

Jamie e Gladys Scott saíram ontem em liberdade depois de cumprirem 16 anos de prisão por assalto à mão armada. Não seria estranho se não fosse a condição imposta pelo governador do estado do Mississipi, Haley Barbour: Gladys têm que doar, num espaço de um ano, um rim a Jamie, que necessita de hemodiálise três vezes por semana e cujo tratamento médico custava aos cofres estaduais 200 mil dólares por ano.

As duas irmãs foram condenadas em 1994 a penas de prisão perpétua depois de serem consideradas culpadas de prepararem uma emboscada e assaltarem dois homens perto da localidade de Forest, no condado de Scott. As vítimas foram atacadas com uma caçadeira. O assalto terá rendido apenas entre 11 e 200 dólares (o valor depende da fonte consultada).

As irmãs Scott sempre defenderam a sua inocência, com várias associações de defesa dos direitos humanos a considerarem que a pena decidida foi excessiva. "Independentemente do que pensamos das condenações, elas serviram mais tempo do que deviam ter servido", disse o advogado, Chokwe Lumumba. A defesa argumentou sempre com incongruências das testemunhas, mas a sentença foi confirmada em 1996 por um tribunal de recurso.

Jamie, de 36 anos, e Gladys , de 38 anos, poderiam pedir liberdade condicional a partir de 2014, mas o governador resolveu suspender a sentença. As irmãs querem contudo continuar a lutar pela absolvição.

O facto de a doação do rim fazer parte do acordo está a gerar críticas da comunidade médica, mas o advogado lembrou que Gladys já se tinha oferecido para ajudar a irmã. Apesar do acordo, ainda não foram feitos testes para saber se o rim de Gladys é compatível com Jamie. Esta necessita urgentemente do rim.
 


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