Reco-Pen

23 de julho de 2008

Talvez as pessoas mais afectadas já tenham tido conhecimento da situação, mas lamentamos informar que os cartuchos para a caneta Reco-Pen deixaram de ser comercializados pela Roche. Significa que agora apenas estão disponíveis as tradicionais seringas, muito mais difíceis de administrar, pois exigem maiores conhecimentos por parte do doente/familiar e são bastante mais traumáticas.


Pessoalmente, durante os 3 anos em que o meu filho fez a Eritropoetina com seringa, deslocávamo-nos impreterivelmente 2 ou 3 vezes por semana ao Centro de Saúde para que lhe fosse administrada a injecção por um profissional, pois nós não éramos capazes. Não sei quantos pais serão capazes de injectar o seu filho recém-nascido 2 ou 3 vezes por semana (o meu filho esteve medicado com eritropoetina desde os 15 dias de vida, tendo nascido com pouco mais de 2 Kg). No entanto, sei que somos um caso raro, pois mais tarde ou mais cedo, a maior parte dos pais habitua-se a dar a injecção com a seringa, mas eu nunca me senti confortável em fazer isso. Quando nos foi apresentada a solução da Reco-Pen, foi como um oásis no deserto, pois era relativamente fácil de administrar e permitiu-nos uma autonomia enorme, comparado com a situação anterior. Apesar de, felizmente, já não dependermos da Eritropoetina, sinto-me bastante revoltada com esta decisão, que deverá ter a ver, mais uma vez, com questões económicas.

Já tivemos oportunidade de manifestar o nosso pesar junto da Roche pois, lidando nós com crianças que frequentemente são medicadas com eritropoetina, para além de todos os outros medicamentos, análises, exames de diagnóstico, tratamentos, etc., considerávamos fundamental que se continuasse a disponibilizar a Reco-Pen, pois facilitaria muito a administração deste medicamento, diminuindo a dor e a ansiedade relacionadas com qualquer injecção, sobretudo de uma terapêutica que é essencial à sobrevivência destes meninos.

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