Transplante renal com dador vivo: Nefrectomia por laparoscopia

16 de maio de 2007

A operação para extracção de um rim para doação chama-se Nefrectomia. Esta pode ser efectuada da forma tradicional com uma grande incisão na parte lateral do abdómen ou por via laparoscópica.

Esta última técnica cirúrgica, relativamente recente, permite às pessoas doarem um rim, com muito menos dor, uma estadia hospitalar mais curta e uma recuperação muito mais rápida. Além disso, os rins extraídos desta forma muito menos traumática funcionam tão bem quanto aqueles que são extraídos pela grande incisão da nefrectomia tradicional.

A escassez de órgãos para transplante tem provocado um aumento relativamente significativo dos transplantes de rim com dador vivo. Normalmente a extracção do rim para doacção é feita por nefrectomia tradicional. No entanto, com a nova técnica de extracção do rim de dador vivo por laparoscopia, minimamente invasiva, associam-se vantagens significativas face à abordagem mais tradicional. Os benefícios potenciais incluem menos dor, menos tempo de hospitalização(entre 2-3 dias, versus 5-7 na nefrectomia tradicional), regresso mais rápido a uma vida normal (16 dias contrastando com 51 dias, em média, na cirurgia tradiconal), e menos cicatrizes (logo melhor aspecto estético).

A cirurgia tradicional implica por norma uma incisão lateral, que pode variar entre 20 e 23 cm, mesmo por baixo ou ao longo da 12ª costela. Trata-se de um procedimento extremamente seguro (mortalidade/óbitos em média de 0,03%) e permite obter um rim que está em óptimas condições. Contudo, a morbilidade (complicações) ainda é substancial.

A cirurgia laparoscópica para extração de um rim é efectuada de modo semelhante a outras cirurgias laparoscópicas. O dador está sob anestesia geral e fica posicionado de lado. A cavidade abdominal é enchida com gás, normalmente dióxido de carbono, o que permite criar um espaço entre a parede abdominal e os órgãos que estão dentro. Usando pequenas incisões na pele(podem variar entre 0,5 e 1,2cm), são inseridos pequenos tubos onde são inseridos os instrumentos cirúrgicos, bem como micro câmaras. A incisão por onde é extraído o rim pode ter até 6 cm na zona periumbilical ou supra-púbica. Estas pequenas incisões estão associadas a uma morbilidade mínima e o resultado cosmético é excelente. Ao evitar uma longa incisão sobre os músculos, muitos problemas pós-operatórios são eliminados (infecções, hérnias, quelóides) e a dor é significativamente reduzida.

A operação do dador, por via laparoscópica, dura entre 3 a 4 horas, enquanto que a do receptor dura cerca de 3 horas. Normalmente, ao fim de 3 ou 4 dias o dador pode regressar a casa.

Por experiência própria, posso dizer que a recuperação neste tipo de cirurgia não poderia ser melhor.

Sem dúvida que este poderá ser um factor encorajador para que mais pessoas optem por doar um rim em vida.

Veja aqui um vídeo de uma nefrectomia por via laparoscópica.

2 comentários:

Wellington disse...

Ola, gostaria de saber se algem sabe me informar o custo da nefrectomia po videolaparoscopia.
Vou fazer um transplante de rim e gostaria de fazer a retirada da minha irma por este metodo minimamente invasivo.

Criança e Rim disse...

Boa tarde,

Em Portugal todos os transplantes renais são realizados ao abrigo do Sistema Nacional de Saúde, isto é, sem custos para o dador e para o receptor. Quanto à técnica, será decidida pela equipa cirúrgica, atendendo às solicitações do dador, mas também às condições e experiência do próprio hospital.

Quanto aos outros países, não temos informações sobre valores.

Cumprimentos,

Marta Campos