Recuperação do Diogo
14 de maio de 2007
É com enorme satisfação que divulgamos as esperançosas novidades sobre a evolução do Diogo (bébé do post de 9 de Maio). O seu tio Paulo fez-nos saber que o Diogo, embora tenha iniciado diálise peritoneal logo após o nascimento, recuperou a função renal alguns dias depois, mantendo-se actualmente num estado de evolução muito positiva.
Ficam aqui os sinceros votos da equipa Criança e Rim de que os próximos dias se traduzam numa rápida recuperação e estabilização da função renal do Diogo, e que todo o processo do início da sua vida não tenha passado de um “mau pesadelo” para os pais e família!
Ficam aqui os sinceros votos da equipa Criança e Rim de que os próximos dias se traduzam numa rápida recuperação e estabilização da função renal do Diogo, e que todo o processo do início da sua vida não tenha passado de um “mau pesadelo” para os pais e família!
Aos Pais do Diogo, e família que partilha as preocupações e ansiedades dos Pais, desejamos muita força, coragem e felicidades!
Ao Diogo desejamos rápida recuperação, muitas felicidades, e que possa deixar o hospital o mais brevemente possível, para se instalar no espaço que os seus Pais certamente lhe prepararam, em sua casa!
2 comentários:
Olá Eu sou o Carlos, Pai do Diogo
Quero aproveitar esta oportunidade, para descrever a minha experiência
Antes de começar queria dizer que, hoje ao consultar o Vosso Blogue pela 1ª vez, fiquei muito surpreendido pela forma positiva como receberam o Diogo no Vosso Blogue, e por todo o trabalho já desenvolvimento sobre o Diogo.
As 21 semanas de gestação, foi diagnosticado ao Diogo uma hidronefrose no rim direito. O que para nós foi um choque, entendemos que existia um problema, embora nos tivessem logo indicado quais os cenários possíveis, mas estávamos longe de entender a amplitude do problema, estando o crescimento fetal no percentil 50.
Ao chegar-mos ao carro, quando ligo o rádio, estava a noticiar na TSF uma informação sobre hemodiálise. Fomos os dois calados até casa.
As 25 semanas de gestação, foi diagnosticado uma hidronefrose bilateral, estando os valores de diâmetro do rim direito de 18,6mm e do rim esquerdo 9,00mm, sendo o crescimento fetal no percentil 50. A bexiga apresentava-se cheia.
As 30 semanas de gestação, o Diogo continua com a hidronefrose bilateral, sendo os valores para o rim direito de 19,9mm e do rim esquerdo 16,4mm.
As 31 semanas, a Paula fez uma ressonância magnética fetal em que o resultado apontava para a causa da hidronefrose bilateral o síndrome da junção.
As 35 semanas, os rins apresentavam valores de 14,2mm para o direito e 14,55mm para o esquerdo, o apontava para uma redução das dilatações.
As 37 semanas, os rins passam a apresentar para o rim direito 21,06mm e para o esquerdo 47,89mm, com a particularidade de existir menos liquido amniótico, relativamente ao resto da gravidez que sempre teve muito líquido.
Estando o parto já apontado para a semana 38 ou 39, ficou automaticamente definido ser na 38 semana, após 4 dias da ecografia das 37 semanas.
O Parto correu da melhor forma. O Diogo nasceu no H.S.J. no dia 9, pesava 3150g e media 48 cm. Seguiu para o serviço de Neonatologia, onde foi muito bem tratado. Esteve sob observação durante o resto do dia e noite.
No dia seguinte ao visitar o Diogo, uma enfermeira diz-me que o cirurgião iria ver o Diogo na mesma manhã, então resolvi aguardar. Estavam a fazer uma ecografia ao Diogo, enquanto analisavam o histórico de ecografias. Após análise o cirurgião vem para o meu lado e diz-me que o cenário é muito mau, a situação dos rins é irreversível, que poderíamos tentar a diálise abdominal peritoneal, sendo que o mais certo, dada a idade do Diogo, seria que o Peritoneu não aguentasse a diálise…
Foi este dia, 9 de Maio de 2007, o pior dia da minha vida. Fiquei completamente perdido, como devem imaginar. A Paula estava em recuperação do parto no quarto, e não se encontrava em condições para descer e visitar o Diogo. Eu não sabia como haveria de lhe contar que o mais provável seria o Diogo não resistir a insuficiência renal, quando pensávamos nós, que os rins estavam a funcionar e o problema seria resolvido com uma intervenção cirurgia para desobstruir os ureteres. Resolvi contar-lhe apenas que os rins não estavam a funcionar e que o Diogo iria ser operado.
Durante a tarde aguardamos pela operação, que se realizou perto do final. A saída do bloco estava eu a aguardar pelo resultado. O cirurgião sai e diz-me que tudo tinha feito em termo cirúrgicos, colocou um catéter de diálise, um dreno em cada rim e um catéter central, que os rins se encontravam num estado irrecuperável, que um dos rins apresentava uns ligeiros resíduos de urina, e que o Diogo iria ser transferido para o Hospital Pediátrico Maria Pia, para iniciar a diálise abdominal peritoneal.
O diagnóstico, face ao exposto pelo cirurgião foi de IRC – Insuficiência Renal Crónica Congénita.
No dia seguinte, pela manhã, desloquei-me ao Hospital Pediátrico Maria Pia, e lá estava o Diogo (uma imagem que eu certamente nunca me esquecerei) de barriga para baixo, com a cabeça voltada para uma janela com muita luz, muito estático, de olhos bem abertos a olhar para o infinito.
Durante o mesmo dia e sexta-feira o rins foram recuperando alguma função, produzindo urina, mas no lado esquerdo do que o direito, existindo no lado esquerdo algum sangue a mistura. Na sexta acabaram com a diálise, encontrando-se os valores quer de ureia quer de creatinina a baixar significativamente. Entre sexta e sábado desapareceram os resíduos de sangue no dreno do rim esquerdo e começou a drenar urina pela algália.
Na segunda-feira dia 14 de Maio foi retirado o catéter de diálise para resolver uma peritonite, sendo que o cateter certamente (espero eu) não voltará a ser utilizado.
Neste momento os níveis de creatinina já são normais e penso que continuam a baixar, estão a fazer exames para verificar qual dos rins se encontra em melhor estado para que seja rectificada a obstrução no respectivo uréter, e posteriormente rectificar o outro.
Quando olho para trás, lembro me das palavras do Cirurgião a saída do bloco “que um dos rins apresentava alguns resíduos de urina” e tiro a seguinte elação “enquanto houver vida, haverá sempre esperança”
Quero agradecer de uma forma especial a Professora Helena Jardim pela sua disponibilidade e pelas suas palavras, o apoio dado pela Hermínia Moutinho, Marta Campos, Susana Carinhas, Vanda Ferreira, ao cirurgião que salvou o Diogo, quando lhe coloca os catéteres e drenos, a todas as pessoas envolvidas quer no parto que no serviço de neonatologia do Hospital S.João, aos profissionais do Hospital Pediátrico Maria Pia, e ao Paulo (meu cunhado), que foi incansável ao logo de todo o processo, que me acompanhou pelos corredores do Hospital, dias à fio, ficando sempre do lado de lá da porta, a minha espera, por impossibilidade de acesso em determinadas áreas.
Aguardo com a paciência necessária a recuperação do Diogo. Assim que houver desenvolvimentos voltarei a escrever.
Olá Diogo!
Tu de facto és um verdadeiro vencedor, assim como aqueles que estão junto de ti a lutarem pela tua vida!
Tão pequenino, e já com uma experiência de vida extraordinária de resistência e luta.
Quem luta vence e quem não luta é vencido! Este é e será concerteza um dos teus lemas de vida.
Enviar um comentário