Dia da Mãe

4 de maio de 2007


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As Mães Escolhidas
~de Erma Bombeck~
Muitas mulheres tornam-se mães por acidente, outras por escolha, algumas por pressões sociais, e outras por hábito. Alguma vez imaginou como é que são escolhidas as mães de crianças doentes?

Eu imagino Deus lá no Céu a escolher os Seus instrumentos de propagação com grande cuidado e deliberação. À medida que vai observando, vai instruindo os Seus anjos para tomarem notas num livro gigante:

- Beatriz Alves, um rapaz, santo padroeiro São Mateus. Maria Ferreira, uma rapariga, santa padroeira Santa Cecília. Carla Ramos, gémeos, santo padroeiro São Geraldo.

Finalmente, ele passa um nome a um anjo e diz:

- Dá-lhe uma criança doente.

O anjo fica curioso.

- Porquê esta, meu Deus? Ela é tão alegre.

- Exactamente - responde Deus a sorrir - Eu não poderia dar uma criança doente a uma mãe que não sabe rir. Isso seria cruel.

- Então e ela terá paciência? - pergunta o anjo.

- Eu não quero que ela tenha demasiada paciência, pois senão vai afundar-se num mar de desespero e auto-comiseração. Assim que o choque e o ressentimento passarem, ela vai conseguir lidar com a situação. Eu hoje estive a observá-la. Ela tem uma consciência de si própria e uma autonomia que são tão raras e tão necessárias numa mãe. Eu vou dar-lhe uma criança que vive no seu próprio mundo. Ela tem que o fazer viver no mundo dela e isso não é fácil.

- Meu Deus, mas eu acho que ela nem acredita em ti!

- Não faz mal, isso resolve-se. Esta é perfeita. Tem o egoísmo na dose certa.

O anjo até se engasga:

- Egoísmo? E isso é uma virtude?

Deus responde-lhe que sim:

- Se ela não se conseguir separar de vez em quando do seu filho, nunca sobreviverá. Sim, aqui está uma mulher a quem eu irei abençoar com uma criança que não é perfeita. Ela ainda não o sabe, mas vai ser alvo de inveja. Ela nunca irá dar como certo qualquer etapa que o seu filho supere. Nunca irá considerar normal um único passo que dê. Eu vou permitir-lhe que ela veja claramente o que eu vejo... ignorância, crueldade, preconceito... e permitir-lhe estar acima de tudo isso. Ela nunca estará só. Eu vou estar ao seu lado a cada minuto de cada dia da sua vida, porque ela vai estar a fazer o Meu trabalho tão bem, como se estivesse aqui ao Meu lado.

- Então e quem é o santo padroeiro dela? - pergunta o anjo, de caneta no ar.

Deus sorri:

- Um espelho será suficiente.


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Embora não concorde com toda a linguagem mística (quase infantil) que este texto utiliza, existem certos conceitos que me dizem muito e que me trouxeram uma perspectiva diferente quanto ao meu papel de mãe de uma criança doente. Não nos podemos esquecer de nós próprias enquanto mulheres, antes de qualquer outro papel que desempenhemos na nossa vida! Os nossos filhos só têm a beneficiar com uma mãe que se sente bem consigo própria.

Da mesma forma, acredito profundamente que o melhor presente que podemos dar aos nossos filhos doentes é uma vivência que seja o mais possível próxima do normal. Obrigá-los a viver no nosso mundo, como diz no texto. Dar-lhes as mesmas oportunidades que daríamos a outros filhos. Esse é um presente que os vai acompanhar pela vida inteira e que, incialmente, até os poderá obrigar a um esforço adicional, mas que é muito compensador no longo prazo.



FELIZ DIA DA MÃE!

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