Uma amostra de sangue para detectar a rejeição de um transplante

30 de setembro de 2010

Detectar a eventual rejeição do órgão transplantado, o mais rapidamente possível. Este é o objetivo dos médicos para não perder o novo órgão. Como? Um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de  Stanford (EUA) propôs uma técnica tão simples como exames de sangue, "mais rápido, mais barato e menos invasivo que a biopsia".

Segundo os especialistas, metade do órgãos transplantados que se perdem têm uma única causa: a rejeição aguda, ou seja, "a que ocorre desde 24 horas após a cirurgia, até um mês ou mês e meio mais tarde". Quanto mais cedo se detectar a rejeição, melhor, porque se  pode tratá-la rapidamente (através de doses elevadas de corticosteróides ou de um aumento dos imunossupressores) e, assim, impedir a perda do órgão transplantado. Há sinais indirectos que fazem suspeitar quando o paciente está a iniciar uma rejeição, mas para se ter a certeza precisamos de realizar uma biopsia, que pode ser perturbadora e que tem alguns riscos (hemorragia ou hematomas)."

Precisamente em situações de rejeição aguda, e afim de evitar esse exame invasivo, Atul Butte e sua equipa estão empenhados em implementar um estudo genético ou proteômico, utilizando um simples exame de sangue. Este é um teste (ELISA) que já existe e é utilizado actualmente para diagnosticar certas doenças.

Os cientistas dos EUA responsáveis pela pesquisa utilizaram este teste em 39 transplantes de rim e 63 de coração, afim de encontrar marcadores de rejeição do enxerto. "Descobrimos que, nos pacientes que sofrem de rejeição aguda de ambos os órgãos, aumentaram significativamente os níveis de três proteínas (PECAM1, CXCL9 e CD44) no sangue, em comparação com aqueles que não tinham problemas de tolerância." Conforme apontam os investigadores no seu artigo, publicado na revista 'PLoS Computational Biology' , a sensibilidade desta técnica neste estudo é de 89%. "Os nossos resultados mostram que a análise genética pode ser uma nova ferramenta para detectar casos de rejeição aguda com mais facilidade, mais rápido, mais acessível e menos invasivo." No entanto, serão necessários mais estudos para validar esse método, advertem os autores.

Fonte: http://www.elmundo.es/elmundosalud/2010/09/24/biociencia/1285313586.html

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